Seu Tinguinha: o fundador da ala da bateria da Mangueira

Nascido em 7 de setembro de 1918, no humilde Cantagalo, Homero José dos Santos, conhecido no universo do samba como Tinguinha, se transformou em uma das figuras mais icônicas da Estação Primeira de Mangueira. Desde jovem, a paixão pelo samba pulsava em seu coração, um amor que o conduziu do interior para o vibrante Rio de Janeiro. Aos dez anos, ao trocar a pacata Cantagalo pela efervescente Chácara Vintém, Tinguinha iniciou uma jornada que, embora inesperada, seria fundamental para a história do samba carioca. Em 1929, um inusitado desabamento de pedras que o levou ao Salgueiro acabou por direcionar seu destino para a emergente Mangueira, onde ele encontraria sua verdadeira vocação. Assim que chegou à escola, Tinguinha mergulhou no universo dos desfiles, carregando tabuleiro e absorvendo a essência da Mangueira com uma devoção inabalável. Embora não tenha sido um dos fundadores originais da escola, como ele mesmo costumava dizer, “Quando cheguei já encontrei os arengueiros da Manga”, Tinguinha se tornou uma peça-chave na formação e evolução da bateria da Mangueira. Sua trajetória não se limitou a tocar: ele se apaixonou pelo tarol e, com uma dedicação fervorosa, transformou-se em um mestre do instrumento. Em 1959, foi um dos pilares na fundação da ala da bateria, uma estrutura que revolucionária a forma como a escola se apresentava no Carnaval. Sob sua liderança, a bateria não só melhorou sua organização e aparência, mas também desenvolveu uma nova batida que se tornaria a assinatura da Mangueira. Sua influência estendeu-se além dos ritmos e ensaios; Tinguinha ocupou diversos cargos na escola, desde vice-presidente até conselheiro nato, e sempre se dedicou com humildade e paixão à sua comunidade sambista. Com uma trajetória marcada pela inovação e amor incondicional à Mangueira, Tinguinha deixou um legado que transcendeu o tempo e as mudanças na escola. Sua vida é um testemunho de como a dedicação a uma paixão pode moldar e enriquecer uma tradição cultural, transformando-o em um verdadeiro ícone da história do samba. Ao explorar a saga de Tinguinha, é possível entender não apenas a importância de sua contribuição para a bateria da Mangueira, mas também o impacto duradouro de seu legado na cultura do samba carioca.

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