
Devani Ferreira, popularmente conhecido como Tantinho, nasceu no Morro da Mangueira, na favela de Santo Antônio, dia 21 de agosto de 1946, onde foi criado. Considerado pela Estação Primeira de Mangueira como um dos seus grandes nomes, Devani foi baluarte e membro da sua velha guarda. Criador, testemunha, partícipe e pesquisador dos versos e batuques ouvidos nos becos, vielas e ladeiras do Morro da Mangueira. Tantinho gravou principalmente obras de compositores da sua agremiação. Dividiu vocais com Jamelão. Entrou para a ala de compositores da escola aos 13 anos, aprovado num teste por Cartola, com quem conviveu. Foi quase um filho adotivo da eterna primeira-dama verde-rosa, dona Neuma. Foi autor do samba-enredo da Mangueira para o carnaval de 1977, ao lado de Jajá. Trabalhou — de 1987 até sua aposentadoria, em 1996 — no Centro de Conservação e Preservação Fotográfica (CCPF/Funarte) — desde sua inauguração — onde ainda ensinou técnicas de processamento de fotografia aos colegas, por vários anos. “Foi um dos melhores laboratoristas fotográficos do mercado, um exímio profissional que fazia cópias em preto e branco como poucos no país”, relembra a ex-servidora da Fundação, Eridan Leão, ex-coordenadora do CCPF. Ela destacou ainda as passagens do amigo — anteriores à Funarte — pelo Jornal do Brasil e por uma grande agência de publicidade, “onde desenvolveu seu olhar para a imagem fotográfica”. Nos anos 70, quase integrou o grupo Originais do Samba, a convite de Mussum — deixou o conjunto quando este passou a fazer shows em turnês, porque não queria afastar-se do Morro da Mangueira. Em 2010, ganhou o Prêmio da Música Brasileira na categoria “Samba”, pelo disco “Tantinho canta Padeirinho da Mangueira”. “Tantinho teve atuação destacada como cantor, improvisador de versos nas rodas de partido-alto e grande contador de histórias. Era conhecido como a memória viva do samba”, comenta o pesquisador de música popular e coordenador da Codip/Funarte, Pedro Paulo Malta. Devani Ferreira viveu 72 anos, nos deixou em 12 de abril de 2020 vítima de uma parada cardíaca, em virtude de complicações de diabetes, mas ainda exala no ar um “tantão” de saudade. “A música brasileira em luto. Adeus amigo amado. Fará muita falta. Altíssima linhagem de nossa Mangueira. Te amo pra sempre”, registrou Nélson Sargento. Descubra como Tantinho se tornou um dos maiores ícones da história da Mangueira, com uma trajetória que vai muito além da escola. Continue lendo para conhecer os detalhes.
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Como citar esse artigo — OLIVEIRA, Marcelo. “ELE ERA PURA ALEGRIA”. In: MEMÓRIA Verde-Rosa. Rio de Janeiro, 2023. Disponível em: <https://memoriaverderosa.com.br/tantinho/>. Acesso em: 20.02.2025.
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