O final de 1953 marcou o início de uma relação transformadora entre Roberto Paulino, conhecido carinhosamente como “Dr. Robertinho”, e a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Sua jornada começou quando ingressou na Cia. Cerâmica Brasileira, e, desde então, sua paixão pela Mangueira não apenas se consolidou, mas também desencadeou uma série de eventos que moldariam o futuro da escola de samba. O desfile de 1954, onde a Mangueira se sagrou campeã com o samba de Hélio Turco, Pelado e Cícero, foi o primeiro contato significativo de Roberto com a escola, marcando o início de sua longa e influente ligação. No entanto, seu entusiasmo enfrentou desafios em 1959, quando as condições da escola e as disputas internas o levaram a convocar uma reunião com o diretor-geral, Beleléu. A crise da Mangueira era evidente em reportagens que destacavam a decadência da escola e as tensões entre os antigos e novos membros. Foi nesse cenário de instabilidade que Roberto Paulino, com apenas 24 anos, foi surpreendentemente eleito presidente da Mangueira após uma eleição tumultuada. Sua liderança trouxe uma era de renovação, começando com a reestruturação da escola que, na época, estava em completo desordem. Roberto não só revitalizou a estrutura física da Mangueira, como também reimplantou tradições e introduziu inovações significativas, como a cobrança de ingressos para os ensaios e a criação dos “ensaios técnicos”. A sua presidência também viu o renascimento da ala mirim e a introdução de uma comissão de frente exclusivamente feminina. As mudanças promovidas por Roberto Paulino foram cruciais para restaurar a grandeza da Mangueira, levando a escola a conquistar prestigiosos prêmios e a consolidar-se como uma das mais respeitadas no cenário do carnaval carioca. Esta introdução prepara o leitor para uma análise detalhada da impactante trajetória de Roberto Paulino, suas contribuições inovadoras e seu legado duradouro na história da Estação Primeira de Mangueira.
