Dona Miúda: cozinheira, baiana, diretora e baluarte

Na Mangueira quase ninguém conhece Noêmia de Assis, mas não há quem não saiba quem é Dona Miúda, embora Noêmia de Assis e Dona Miúda sejam a mesma pessoa. D. Miúda, hoje com 68 anos, três filhos, cinco netos e um bisneto, começou a andar muito pequenininha, aos sete meses. Daí o apelido de Miúda. Há mais de quarenta anos desfila na Mangueira, desde aquela primeira vez, há muito tempo, quando saiu na Comissão de Frente. Já foi Rainha das Frutas, Rainha Negra, componente da Ala das Baianas e ultimamente sai como diretora. Foi assessora da diretoria na gestão Djalma Santos, fez parte da diretoria da Velha Guarda, da qual é conselheira nesta, e guarda até hoje a carta-convite do presidente que lhe ofereceu um cargo de diretora. É cozinheira titular na cozinha da Escola e faz gratuitamente o sopão que a cantora Alcione oferece todos os domingos para as crianças do Morro. D. Miúda acha que os carnavais de hoje são cem por cento melhores que os de antigamente, pela maior organização, pela facilidade de encontrar os materiais que produzem o visual brilhante das escolas de agora. As fantasias de baiana, por exemplo, confeccionadas em conjunto por uma só costureira são todas iguais, o que não acontecia antigamente, pois as de melhores condições conseguiam roupas de melhor acabamento. O maior sonho de vida de D. Miúda era ver uma Ala de Baiana na Mirim desfilando na passarela, pois tem certeza de que seria um grande show1.

  1. NOGUEIRA, Nilcemar. “Dona Miúda”. A VOZ DO MORRO (RJ), jun.1986, p.6.; ↩︎

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