
A história do samba carioca é rica em personagens que, com suas trajetórias, ajudaram a moldar a cultura de uma das maiores expressões populares do Brasil. Entre esses nomes, destaca-se Ubirajara Maximino — o Bira da Mangueira —, símbolo do carioca apaixonado pelo samba e pela cidade. Nascido no Engenho de Dentro, Bira envolveu-se com a efervescência cultural do Rio, fundando o bloco Chave de Ouro em 1943 e dedicando-se ao Carnaval mesmo após a Quarta-Feira de Cinzas. Sua vida transcorreu entre vários bairros, mantendo sempre vínculo com o subúrbio, onde se estabeleceu em Higienópolis, equilibrando trabalho no SENAI e sua devoção pela verde-rosa. Torcedor do Flamengo e mangueirense por excelência, Bira não apenas promoveu a Estação Primeira como tornou-se figura central em sua história — Diretor de Relações Públicas e depois Presidente durante o Jubileu de Ouro da agremiação. Seu talento comunicativo projetou a Mangueira além da quadra, tornando-o respeitado dentro e fora do samba. A entrada na ala dos compositores foi só o início de uma trajetória que incluiu parcerias com Cartola e o histórico encontro entre Pelé e a escola. Sua morte, em 2004, não apagou o rastro de transformações que deixou: da cobertura do Palácio do Samba à profissionalização da divulgação carnavalesca. Este capítulo explora como um menino do subúrbio, com voz rouca e chapéu de palha, tornou-se a própria encarnação do Rio — do asfalto ao surdo, da redação ao barracão. Como diria o velho samba: “Agora é só ler a história”.
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Como citar esse artigo — OLIVEIRA, Marcelo Fonseca de. “PORTA-VOZ QUE CONQUISTOU A PRESIDÊNCIA”. In: MEMÓRIA Verde Rosa. Rio de Janeiro, 2023. Disponível em: https://memoriaverderosa.com.br/bira/. Acesso em: 24/04/2025.
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