Ananias: o presidente comprometido com a entrega à escola

José Ananias de Marcelos, um mangueirense de longa data, desempenhou diversas funções na Estação Primeira de Mangueira, sempre com grande dedicação e esforço. Conhecido por sua bondade, firmeza de caráter, inteligência e comprometimento, Ananias rapidamente conquistou o respeito e a confiança dos integrantes da escola. Sua trajetória o levou, de forma merecida, à presidência do Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, cargo que ocupou entre 1989 e 1992.

Durante sua gestão, ele dirigiu os carnavais de 1990, 1991 e 1992, com os enredos “Deu a louca no barroco” (8° lugar), “As três rendeiras do universo” (12° lugar) e “Se todos fossem iguais a você” (6° lugar) respectivamente. Embora os títulos não tenham vindo, seu esforço e dedicação mantiveram o nome da Mangueira em alta.

Mas, o diabo não tira férias. Está sempre procurando uma forma de tumultuar a paz celestial. E, no samba, o seu alvo é sempre Mangueira. Desista, capeta, que nossa fé é mais forte. Nossa energia a tudo supera. Nossa união é indestrutível. Nossas dificuldades fazem parte da nossa história e, ao longo de 64 anos, aprendemos a conviver com elas. Nossas dificuldades, sobretudo as de ordem financeira, decorrem de opção definitiva e irremovível pela independência. (José Ananias de Marcelos)

Além de presidente, Ananias teve uma participação histórica e multifacetada na escola, ocupando diferentes cargos ao longo das décadas. Na década de 1970, ele atuou como diretor financeiro sob a gestão de Djalma dos Santos (1970-1974) e mais tarde sob a gestão de Darque Dias Moreira, o Sinhozinho (1974-1976). Nos anos 1980, foi vice-presidente financeiro na gestão de Percival Pires (1980-1983). Além disso, Ananias serviu como tesoureiro da bateria em diversas ocasiões.

Na ala dos compositores, José Ananias, ao lado de Rato do Tamborim (Elmo José dos Santos) e Tolito (Herlito Machado da Fonseca), compôs o samba de muito sucesso, que tinha o refrão “Tem mulata pessoal, na colheita do cacau”, apresentado pela Mangueira no Carnaval de 1979 com o enredo “Avatar… e a selva transformou-se em ouro”.

Sua dedicação incansável à Mangueira, seja na parte administrativa ou artística, fez dele uma figura marcante e querida na história da escola, sempre impulsionando a verde-rosa com paixão e empenho.

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Como citar esse artigo — OLIVEIRA, Marcelo. “ANANIAS: O PRESIDENTE COMPROMETIDO COM A ENTREGA À ESCOLA”. In: MEMÓRIA Verde Rosa. Rio de Janeiro, 2023. Disponível em: <https://memoriaverderosa.com.br/ananias/>. Acesso em: 20/02/2025.